
UNIVERSO DO FOREX
Aprender, Desaprender e Reaprender
Pode ser que para alguns se trate de uma nova informação, e sempre que nos deparamos com uma nova informação teremos duas possibilidades:
1. Distorce-la e procurar encaixar em suas VELHAS CATEGORIAS.
2. Deixar a nova informação se organizar por si mesma.
A que sempre escolhemos é tentar encaixar essa nova informação em nossas velhas categorias: “Não é isso como...” ou “Isso me lembra
a...”. É natural enlaçar algo novo com algo que já conhecemos e ao que estamos acostumados. Tentamos organizar esta nova informação dando-
lhes um significado mais familiar. A familiaridade nos faz sentir menos inseguro e com maior previsibilidade. Sentimos que temos algum
controle e quanto mais controle tiver menos medo teremos. Esta é a chave. Tenderemos compulsivamente a organizar a nova informação
que nos chega. Portanto, procure utilizar a segunda opção e deixe que com o tempo ela se organize.
Embora só possamos aprender conscientemente uma pequena parcela das informações que o mundo nos oferece, percebemos e reagimos inconscientemente a muitas outras coisas.
Uma forma de aprender é dominar conscientemente pequenos segmentos de comportamento e reuni-los em seguimentos cada vez maiores,
de modo a torna-los habituais e inconscientes. Criamos hábitos para podermos prestar atenção a outras coisas.
A aprendizagem é uma habilidade que se divide em quatro estágios:
1. Incompetência inconsciente. Não sabemos fazer algo, e não sabemos que não sabemos. Se alguém nunca dirigiu carro não tem a mínima idéia do que isso significa.
2. Incompetência consciente. Então a pessoa começa a aprender a dirigir e logo descobre as suas limitações. Aprende conscientemente a trocar as marchas, pisar na embreagem, freio, etc... E toda sua atenção volta-se para isso, mas a pessoa ainda não é competente e dirige apenas nas ruas de menor movimento.
3. Competência consciente. Podemos dirigir, mas precisamos de muita concentração. Aprendemos a técnica, mas ainda precisamos de muita concentração.
4. E por fim, a competência inconsciente. E este é nosso objetivo. Todos os pequenos padrões que aprendemos com tanto esforço juntam-se numa harmônica unidade de comportamento. E, a partir de então, podemos admirar a paisagem, ouvir rádio e conversar enquanto dirigimos. Nossa mente consciente estabelece o objetivo e deixa que a inconsciente cuide dele, liberando a atenção para outras coisas.
Após um treinamento exaustivo, conseguimos atingir o quarto estágio e formar hábitos. Neste ponto, a habilidade tornou-se inconsciente. Entretanto,
os hábitos nem sempre são a maneira mais eficiente de levar a cabo uma tarefa. Nossas crenças e conhecimentos acumulados no decorrer de nossas vidas acabam filtrando e nos fazendo perder algumas informações que são essenciais para chegarmos à competência inconsciente.
Se fosse apresentada de uma maneira condensada como se obter consistência no mercado financeiro, uma pessoa só precisa ter em mente três coisas.
1. Saber o que quer. Ter uma idéia clara do objetivo desejado em qualquer situação. Precisamos saber o resultado que queremos atingir. Se não soubermos para onde estamos indo, fica mais difícil chegar lá.
2. Estar alerta e receptiva para observar o que está conseguindo. Uma parte importante é o treinamento da percepção sensorial, onde colocar nossa atenção e como modificar e ampliar nossos filtros (crenças, baseadas nos nossos conhecimentos) para podermos observar coisas que não percebíamos anteriormente.
3. Ter flexibilidade para continuar mudando até conseguir o que deseja. Você precisa ter a sensibilidade para observar se o que está fazendo o está levando a obter o que deseja. Caso contrário, se não estiver dando resultado, faça outra coisa, qualquer outra coisa. É preciso ouvir, ver e sentir o que está acontecendo e ter uma ampla gama de respostas.
Se você só fizer aquilo que sempre fez, só obterá aquilo que sempre obteve. Se o que você está fazendo não está dando resultado, faça outra coisa.
Vamos ver na pratica como funciona essa técnica. Suponha que você vai fazer um passeio de carro com a família. Decide-se aonde se quer ir; este é o objetivo inicial. Começa-se a dirigir observando o caminho, percepção sensorial. Compara-se o caminho tomado com o local aonde se deseja chegar e, caso o caminho esteja errado, muda-se o rumo, flexibilidade. Este ciclo é repetido até que se chegue ao destino final.
Em seguida estabelece-se o próximo objetivo. Muito raramente há um caminho claro e direto até o ponto aonde se quer chegar.
“Pode me dizer, por favor, que caminho devo pegar?” “Depende de para onde você quer ir, - disse o gato”.
“Não me importa muito onde..., - disse Alice”. “Então não importa o caminho que você pegue, - respondeu o gato.”
- Lewis Carroll
Agora sim, vamos iniciar a apresentação do estudo. Espero que de alguma forma ele possa lhe acrescentar algum conhecimento.
Obs.: Caso você tenha algum conhecimento a mais, sobre o tema, e gostaria de me participar para ser adicionado ao mesmo, desde já fico muito grato.
“Que a estrada suba ao seu encontro. Que o vento sempre sopre em suas costas. Que o sol brilhe quente em seu rosto, que as chuvas caiam em seus campos, e até nos encontrarmos de novo... que Deus o tenha suave na palma de sua mão.”
- Antiga bênção irlandesa.
Objeto desse estudo
Gráfico da Opção Telemar A 48 – valor de exercício R$ 46,98 – vencimento do exercício 19-01-2004.
O gráfico abaixo é de 15 minutos e abrange do dia 07-01-2004 ao dia 09-01-2004.
Nosso interesse está no estudo do movimento do dia 08 de janeiro, que está delimitado no gráfico pelas setas azuis.
O retângulo vermelho que destaca o que chamaremos de Fig. 1, realça o final do movimento do dia 07 e o início do dia 08 (objeto do nosso estudo), com o qual procuraremos definir o movimento inicial do ativo.
Como daria muito trabalho eliminar do gráfico os candles do futuro (dia 08), eu peço que você use sua imaginação na próxima figura e faça de conta que não existe o primeiro candle do dia 08, para que possamos ir caminhando com a evolução do mercado (probabilisticamente).
Muito bem, vamos então iniciar o nosso estudo. Procurarei ser o mais claro possível, para que até os menos habituados com os princípios aqui descritos consigam visualizar o que está sendo exposto.
Como falei acima procure imaginar que o mercado não abriu, portanto não temos ainda no gráfico o ponto 3 (1,08).
Pela máxima (1,37) ponto 1 e mínima (0,72) ponto 2 (do dia 07) traçamos as linhas de retrações demarcadas no gráfico pelas linhas tracejadas azuis (23,6% - 38,2% - 50.0% e 61,8%), raramente eu marco a retração de 76,4%.
Seguindo o mercado: No primeiro candle 3, o mercado abriu acima da linha de retração de 50% (1,08), tentou subir não teve força e parou na linha de retração de 38,2% (1,13), voltou a cair fazendo uma mínima (0,98) – somente a título de curiosidade essa mínima parou próxima da linha de retração
de 61,8%, mas eu não olho para isso -; as cotações subiram novamente e fechou o primeiro candle dos 15 minutos abaixo da linha de retração de 50,0% (1,02). Com essas observações acima descritas e olhando a configuração das médias móveis curtas, que agulharam para baixo, penso não ser a famosa agulhada do DIDI, mas já é um sinal que me desperta atenção.
O próximo candle já um candle forte de queda e com volume, mais um sinal dentro de minha observações, que pode realmente estar configurando um movimento de queda.
Observações importantes:
· Eu não opero por gráfico de 15 minutos, utilizo-os para ter uma idéia maior da amplitude do movimento.
· Meus sinais operacionais obtenho no gráfico de 1 minuto, em opções com alto grau de liquides, como as da Telemar e próximas ao dinheiro.
· Note como a média móvel vermelha segurou o mercado, mas eu não utilizo isso como parâmetro, pois não domino essa técnica, nem sei se tem fundamento isso, só que alguns a utilizam.
· Não citarei os nomes dos candles, pois não faz parte do meu conhecimento.
Continuando com a observação do dia anterior (07) mas agora com o gráfico de 1 minuto, vemos que o mercado montou um pivô de alta, fez a sua retração entre 50.0% e 38.2%; rompeu para cima e ficou trabalhando acima da linha de 100.0% até o final do dia.
Obs.: vamos fazer uma pausa neste momento para responder uma famosa pergunta sobre esta, que eu considero fantástica, ferramenta que é o fibonacci.
Pergunta: mas como você sabe que aí montou um pivô de alta?
Resposta: eu realmente não sei. Mas olhando o gráfico do dia 07, que não é objetivo de nosso estudo, você verá que essa mínima foi construída numa região de fibonacci, expansão de 161,8% que pode ser verificado na Fig. 4, no ponto 4. Logo, probabilisticamente, como não teve força de continuar a queda, o mercado armou a retração, isso significa dizer que ele teria que voltar pelo menos a 61,8%; isso já foi explicado na Fig. 1. Nesta retração que o mercado terá que fazer arma um pivô de alta. Os preços não sobem e não caem sem antes armar um pivô. Isto é basicamente uma regra infalível, em algum tempo gráfico ele arma um pivô, antes de fazer o movimento.
Muito bem, voltando ao nosso estudo, o mercado abriu no dia 08 acima da expansão de 200.0% e próxima da expansão de 261.8%; GAP de alta.
Vale aqui mais uma pausa, normalmente eu vejo declarações do pessoal dizendo, abriu em GAP de alta ou de baixa, vai ter que vir fechar o GAP antes de continuar o movimento, eu não tenho embasamento técnico para operar os GAP’s, portando deixo-os de lado.
O que eu considero importante aí nesse momento, é os preços terem atingido a expansão de 261,8%; embora contrariando alguns, eu gosto de definir essa região como final de ciclo do pivô.
Mas que seja bem claro, isso não significa que eu deva vender nesse ponto, no máximo zerar minha posição. E isso só deve ser feito respeitando outras observações gráficas.
No decorrer do artigo, iremos entender porque eu gosto de definir ciclos para o fibonacci. A escolha do final de ciclo em 261,8% é uma escolha minha para o gráfico de opções. Como por exemplo no FOREX, eu gosto muito de utilizar o final do ciclo em 161,8%.
No gráfico abaixo (Fig. 3), temos o comportamento dos preços de todo o dia 08. Este tempo gráfico é de 1 minuto.
Nele a gente consegue observar o comportamento das médias móveis, o comportamento do volume, no volume eu mantenho também uma média móvel (atrasada), para ter uma visualização melhor do comportamento do volume.
Note que entre as 12:15 horas até as 14:10 horas, o volume veio decrescendo com os preços entrando em congestão. Horário de almoço? Concordo, pegou parte do horário de almoço, mas observe como o volume cresceu rapidamente pouco antes do retorno do almoço e os preços subiram rapidamente, criando um novo patamar de negociação, ou seja, mais alto. Uma nova acumulação, com o volume de negócios caindo, isso visto pela media do volume, depois uma nova puxada no volume e os preços voltam a subir.
Eu procuro ver esse tipo de movimento de uma maneira simples, ou seja, os preços sobem e caem com volume, se os preços subirem ou caírem sem volume me da a entender que o mercado está somente cumprindo suas retrações normais e a maioria não está querendo se desfazer de suas posições anteriores.