
UNIVERSO DO FOREX
PADRÕES DE REVERSÃO:
São padrões que quando aparecem indicam que a tendência em andamento está em vias de mudar de direção. Na maioria dos casos, quando uma tendência de preços entra num processo de reversão, seja de alta para baixa ou de baixa para alta, uma área ou padrão característico toma forma no gráfico, tornando-se reconhecido como padrão de reversão. Algumas dessas formações gráficas são construídas e completadas muito rapidamente, mas na sua maioria necessitam de várias semanas para atingir um estágio em que alguém possa dizer, com segurança, que uma reversão de tendência está definitivamente assinalada.
Genericamente falando, quanto maior a área de reversão ¾ quanto mais largas as flutuações dentro dela, quanto mais tempo demorar a se forma r, quanto mais ações trocarem de mãos durante sua construção ¾ mais importantes suas implicações. Assim, grosseiramente falando, uma grande formação de reversão sugere um grande movimento a seguir e um pequeno padrão, um pequeno movimento.
Dentre os padrões de reversão mais comuns, veremos a formação de Cabeça e Ombros, Topos e Fundos Arredondados, Topos e Fundos Duplos e Triplos, Formações de Alargamento, Diamantes, Dia de Reversão, Ilha de Reversão e a Pá de Ventilador.
1. Cabeça e Ombros: é o padrão de reversão mais comum e, certamente o mais confiável. Costuma surgir em topos e fundos importantes, embora também possa ocorrer eventualmente como padrão de continuação, o que não chega a ser uma raridade. Provavelmente, já deve ter ouvido alguém falar sobre sua ocorrência, porque existem muitos investidores familiarizados com seu nome, mas não tantos que realmente saibam e possam distingui-lo de algum desenvolvimento de preço similar, que na verdade não se comportará de acordo com o padrão verdadeiro. O típico, ou se preferir, o padrão Cabeça e Ombros ideal está ilustrado no diagrama a seguir:
No diagrama acima vimos um exemplo clássico. Nem sempre é assim. A linha de pescoço pode ser horizontal, pode estar inclinada para cima ou inclinada para baixo. O comportamento do volume é fator mais importante na confirmação do padrão. Entretanto, nas C&Os de reversão de fundos, o volume do ombro esquerdo normalmente se forma sob baixo volume, que crescerá ligeiramente durante a formação da cabeça, mas atingirá seu nível mais alto durante a subida do ombro direito, no ataque à linha de pescoço.
Este padrão nos permite determinar o objetivo mínimo do movimento que se segue à ruptura da linha de pescoço, com facilidade e precisão. Para tanto, basta que você meça verticalmente à distância que vai da parte mais alta da cabeça até a linha de pescoço (h, no diagrama acima) e transfira essa medida para o local em que se deu a perfuração (h’, no diagrama acima).
Veja a seguir alguns exemplos reais e note como todos os objetivos mínimos não só foram atingidos, como ultrapassados:
Quanto à sua forma podem surgir com dois ombros de cada lado e uma cabeça; podem surgir com duas cabeças e um ombro de cada lado; podem ter três cabeças e dois ombros simples; podem ter três ombros de cada lado e uma cabeça, enfim, podem assumi r vários aspectos dentro do padrão e são mais conhecidas como formações complexas. O padrão tem uma forte tendência à simetria, principalmente quanto ao número de ombros. Assim, se de um lado ocorrerem dois ombros, pode-se esperar que o mesmo aconteça no l ado direito da cabeça.
Tipicamente, um padrão de reversão, ocasionalmente, surge no meio de tendências, geralmente invertido como padrão de continuação. Não existe muito risco de ser confundido com o de reversão, pois, é invertido com respeito à direção prévia dos preços anteriores ao seu surgimento. Assim, se surgir um padrão deste tipo num mercado ascendente, ele se apresentará com a forma de uma cabeça e ombros de fundo e vice-versa, conforme pode ver nos gráficos abaixo.
O comportamento do volume durante a sua ocorrência também não segue as regras dos padrões de reversão, nem tem muita importância na confirmação do padrão.
Como operar o padrão Cabeça e Ombros: estratégias
Quando estiver examinando seus gráficos e perceber que, após uma grande subida, os preços começaram a ratear, perfurando inicialmente a linha de tendência de alta e, no próximo movimento de subida, começarem a cair antes de ultrapassar o topo anterior, com um padrão crescente do volume durante a formação do ombro esquerdo e da cabeça, independente de qual dos dois tenha sido maior, a probabilidade de que esteja diante de
uma formação de cabeça e ombros é muito grande. Neste caso, existem três pontos relativamente seguros para iniciar uma venda*:
1) A partir do momento que o ombro esquerdo e a cabeça de uma possível formação de C&Os puder ser vista no gráfico e começar a se formar o ombro direito, trace uma linha de tendência de alta e quando ela for cortada para baixo, venda e coloque um estope de entrada um pouco acima da máxima da perna de alta anterior ao corte da linha de tendência. Se o seu estope for atingido, encerre sua operação, retrace a linha de tendência de baixa e, até que o topo da cabeça tenha sido ultrapassado, venda no corte da linha de tendência de baixa.
2) Quando o movimento de queda que vai completar o ombro direito penetrar a linha de pescoço, venda e coloque um estope de entrada um pouco acima do topo anterior. Se perceber que a distância do topo do ombro direito implica num pedágio muito caro, em vez de usar o topo anterior como referência de estope, use a máxima da barra em que se deu a penetração. Neste caso, se for estopado, venda novamente quando a mínima atingida antes de ter sido estopado for penetrada e coloque um estope de entrada um pouco acima do novo topo anterior. Se não entendeu, é exatamente a mesma abordagem da próxima estratégia de venda, apenas num nível um pouco mais alto.
3) Se após o rompimento da linha de pescoço, os preços voltarem ao seu encontro e dali voltarem a cair, venda quando o fundo anterior for penetrado numa base de fechamento e coloque o seu estope um pouco acima do novo topo anterior formado pela tentativa de volta à linha de pescoço.
Observações:
a) Durante o curso, quando eu mencionar “numa base de fechamento”, estou me referindo ao “preço de fechamento”, o último negócio do dia ou da periodicidade em que estiver trabalhando.
b) “Se tiver sido estopado”, tem o sentido de: se o nível previamente definido para interromper sua operação, caso ela estivesse saindo fora do previsto, tiver sido atingido.
* No caso de uma Cabeça e Ombros de Reversão de Fundo, as estratégias para iniciar as compras são as mesmas, apenas
invertidas.
2. Topos e Fundos Duplos e Triplos: na concepção clássica da análise gráfica, os padrões duplos são muito raros e, os triplos, ainda mais. Freqüentemente, grafistas com pouca experiência detectam esses padrões, mas quase sempre erroneamente. Para entender o porquê dessa avaliação imprecisa, precisamos entender bem como são formados esses padrões, diante dos conceitos da análise gráfica.
A construção de um topo duplo se inicia quando, após uma subida, acompanhada de alto volume, o mercado se retrai com diminuição do volume, e, então, volta a subir outra vez até atingir o nível do topo anterior (algumas vezes um pouco aquém e, outras, um pouco além), novamente com volume crescente, porém sem registrar as mesmas marcas verificadas durante a construção do primeiro topo e, então, volta a cair uma segunda vez, com conseqüências bem mais significativas. Um fundo duplo é o inverso.
Tendo visto como se forma um Topo/Fundo duplo, voltemos aos triângulos ascendentes e aos retângulos vistos nos padrões de continuação. Quando esses padrões começam a se desenvolver, seu primeiro passo é a construção de dois topos no mesmo nível, com uma correção entre eles e com menos volume sobre o segundo topo do que no primeiro, conforme abaixo:
No diagrama acima, omiti o volume. Mas, considere que está de acordo com a descrição do parágrafo anterior. Considere, também, que está observando um gráfico se desenvolvendo de forma similar ao diagrama acima. No final da linha preta mais espessa, o gráfico poderá assumir um dos três padrões assinalados, mas antes que isto aconteça, normalmente a avaliação imediata é que pode estar se formando um topo duplo. Assim, vemos
que necessitamos ter alguma regra ou critério para distinguir um verdadeiro padrão de reversão Topo Duplo de um topo duplo que não implique em reversão, quando eles aparecem como parte de uma área de consolidação numa tendência de alta. Observação: Se é raro surgir como reversão de topo ou de Fundo, é muito freqüente nos padrões de consolidação, qualquer que seja a tendência predominante.
No meu livro os denominei de topos
e fundos reflexos, devido à simetria. Qualquer indício de falha na continuação da tendência em andamento, normalmente, começa com vestígios de um topo ou fundo duplo. Depois dos ziguezagues, tenho a impressão que é a formação que mais se encontra nos gráficos.
Não existe uma regra para que se possa distinguir quando é um ou quando é outro, mas um aspecto pode facilitar bastante quando estiver estudando este tipo de formação. Trata-se do fator tempo e da profundidade do Vale que separa os dois topos ou fundos. Se ocorrerem dois topos no mesmo nível muito próximos no tempo e com apenas uma correção não muito profunda entre eles, as chances são de que façam parte de uma área de consolidação.
Por outro lado, se houver uma correção longa, lenta, profunda e mais ou menos arredondada, após o aparecimento do topo (fundo) inicial sucedida por uma evidente falta de força, quando os preços subirem (caírem) novamente na direção do topo anterior (fundo anterior), poderemos suspeitar da existência de um Topo (Fundo) Duplo. Veja abaixo dois exemplos reais de topo e fundo duplo de reversão:
Nesta altura, você poderia perguntar quanto tempo é necessário decorrer entre os dois topos ou os dois fundos, e quão profundo deve ser o “vale” para ser considerado um topo ou fundo duplo de reversão. Diria que não existe uma resposta simples e definitiva. Podemos tentar aproximações. Assim, se dois topos surgirem com mais de um mês de intervalo entre eles, provavelmente não pertencem à mesma formação de consolidação.
Se, adicionando-se a isto, a correção entre o primeiro e o segundo topo reduzir o preço uns 20% em relação ao seu valor no topo, aumentam as possibilidades de que possa ser um Topo ou Fundo Duplo. Mas, estes dois critérios são arbitrários e não sem exceção. Existem casos nos quais os dois topos ocorreram com apenas duas ou três semanas de intervalo, e outros nos quais o “ vale” entre eles foi de apenas 15%. A maioria dos verdadeiros Topos e Fundos Duplos, entretanto, desenvolvem-se com intervalos de dois a três meses ou ainda maiores entre eles.
Genericamente falando, o elemento tempo é mais crítico do que a profundidade da correção. Quanto maior o tempo entre os dois Topos (ou Fundos), menor a necessidade de uma queda (subida) extensa dos preços durante o intervalo.
Tendo visto as principais características da possível ocorrência de um Topo Duplo, resta dizer que a confirmação final é dada, quando, após, a construção do segundo topo, o mercado cai e rompe o suporte criado na linha de fundo do ’vale”, assinalando uma reversão de tendência de alta para baixa.
Topos e Fundos totalmente confirmados, raramente aparecem em reversões de tendências intermediárias: eles são um fenômeno característico de reversão de tendência primária. Portanto, quando estiver convicto de que está diante de um, não o despreze. Mesmo que os preços já tenham retrocedido 20%, as chances são de que cairá muito mais antes de atingir o fundo.
Tudo que foi dito aqui sobre Topos Duplos, vale para os Fundos Duplos, só que invertido.
3. Topos e Fundos Triplos: Mais raros, muitos deles caindo na categoria de retângulos, o verdadeiro Topo Triplo contém uma identificação familiar semelhante ao Topo Duplo. Seus topos são largamente espaçados, profundos e, normalmente com correções arredondadas entre eles. O volume é caracteristicamente menor sobre o segundo avanço do que no primeiro, e ainda menor no terceiro.
Os três topos não precisam ter intervalos tão longos quanto os dois que constituem um Topo Duplo e, também, não precisam ter a mesma distância entre si. Desse modo, o segundo topo pode ocorrer apenas cerca três semanas do primeiro e, o terceiro, seis semanas ou mais após o segundo. Também os Vales não precisam atingir a mesma linha de fundo; o primeiro pode ser mais alto que o segundo e vice-versa.
E os três topos não precisam atingir exatamente o mesmo nível de preço. Todavia, apesar destas variações permissív eis, olhando-se a figura como um todo, deve haver algo familiarmente suspeito, alguma coisa que sugira imediatamente a possibilidade de um Topo Triplo para o grafista.
Fundos Triplos são simplesmente Topos Triplos invertidos, com as mesmas observações feitas quando vimos os Fundos Duplos.
Não pretendo dissecar os principais padrões de reversão. Veremos com mais detalhes, apenas aqueles que acho merecer maior atenção. Só estou levando estes padrões ao seu conhecimento, para que vá se acostumando com a idéia que as formações se repetem e para que também possam familiarizar-se com os gráficos. Assim, quando chegarmos no jogo, sua vista já estará acostumada e também facilitará o entendimento da metodologia operacional.
Veja neste grafico um topo triplo ocorrido no Bovespa, cuja projeção de queda ainda não está completa. Observe como a média móvel de 30 dias do volume (linha vermelha na janela inferior) é decrescente a cada novo topo.
4. Topos e Fundos Arredondados: são, na verdade, uma extensão dos padrões múltiplos de cabeça e ombros em que a batalha dos compradores e vendedores se processa de modo menos violento, sobre um período de tempo mais longo, em que a mudança progressiva de uma força predominante para outra, torna-se claramente aparente.
As reversões arredondadas são a manifestação mais simples e lógica desse processo. Elas mostram simples e claramente uma mudança simétrica e progressiva na direção da tendência, produzida por mudanças graduais no equilíbrio do poder entre compradores e vendedores.
Topos arredondados aparecem ocasionalmente nos gráficos de ações de preços muito altos, que, em geral, não interessam ao investidor comum. Fundos arredondados ocorrem com mais freqüência nas ações de preço baixo.
Não se conhece uma fórmula de medida que possa ser aplicada sobre as formações arredondadas, mas elas quase nunca decepcionam.
O comportamento do volume nos Topos Arredondados, raramente é tão bem definido como nos fundos. Nos fundos ele tende a acompanhar a curva dos preços. Nos topos, é alto e irregular durante a primeira parte do arredondamento e na segunda parte tende a diminuir para voltar a crescer novamente quando o preço começa a acelerar para baixo.
5. Formações de Alargamento: são muito raras e surgem apenas no fim ou nas fases finais de um longo mercado de alta. Normalmente, assumem o aspecto de um triângulo simétrico invertido, podendo também parecer com os triângulos ascendentes e descendentes. O tipo simétrico consiste de uma série de flutuações de preços, através de um eixo horizontal, com cada topo terciário mais alto que o anterior e cada fundo terciário mais baixo que o seu antecessor.
Ao conectarmos os topos e fundos com duas retas, veremos que a dos topos é inclinada para cima, e a dos fundos inclinada para baixo. Diferentemente dos triângulos, cujos limites são respeitados, nas formações de alargamento, as subidas e descidas nem sempre são interrompidas no limite das linhas, dificultando um pouco o seu traçado.
O tipo mais comum desse padrão pode ser visto no diagrama ao lado. A figura mostra três topos sucessivamente mais altos (pontos 1, 3 e 5) e dois fundos (2 e 4), com o segundo fundo (ponto 4) mais baixo que o primeiro. Obviamente é um padrão muito difícil de operar, porque durante sua formação ocorrem muitas penetrações falsas.
O padrão também contradiz muito que já foi dito, no sentido de que uma penetração de um topo anterior, normalmente indica retomada da tendência de alta, enquanto a violação de um fundo anterior, normalmente sinaliza tanto o início ou a continuação de uma tendência de baixa. O investidor que estiver usando as perfurações para cima e para baixo para iniciar operações, estará sujeito a uma série
de maus sinais.
6. Diamante: tanto pode ser descrito como uma cabeça e ombros mais ou menos complexa com uma linha de pescoço em forma de “V”, ou como uma formação de alargamento que, após duas ou três oscilações, transforma-se subitamente num triângulo regular, sempre muito próximo da forma simétrica.
Embora possa ser facilmente identificado quando aprece nos gráficos, o Diamante não é um padrão comum. Como seu desenvolvimento requer mercados razoavelmente ativos, raramente ocorre como reversão de fundo.
Durante a sua construção, o volume se expande na primeira metade e se contrai gradualmente na segunda, aumentando sobre a perfuração.
Carrega consigo projeções de medida semelhantes ás fórmulas dos triângulos ou da cabeça e ombros. Os preços deverão se mover, a partir do ponto da perfuração, pelo menos a maior distância vertical dentro do diamante. Normalmente, esta projeção mínima é ultrapassada.
No gráfico semanal do Dow Jones, por volta de março de 2.000 podi a-se supor, como muitos analistas o fizeram, que após muitos anos de alta, o Dow Jones desdobrava -se numa formação de Alargamento que redundaria na reversão da Tendência de alta. Entretanto, o padrão não se confirmou e foi derivando para um Diamante, também visto por muitos analistas.
Passado um tempo, a reversão prognosticada pelos dois padrões acabou se concretizando. Cabe comentar que todos os Diamantes se iniciam como uma Formação de Alargamento.
7. Dia de reversão: esta formação não carrega consigo as mesmas implicações de reversão que os padrões vistos até aqui. É bem mais suave, pois seu aparecimento geralmente ocasiona fortes correções terciárias, que não vão alterar a tendência predominante. Em geral, são correções de curto prazo.
Pode ser definido como um dia de volume extremamente alto, excedendo com sobras o volume de qualquer dia anterior durante meses. Surge após um avanço longo e firme, sobre o qual o volume foi crescendo gradualmente. Num dia qualquer, após a abertura do pregão, os preços são empurrados para cima como se nada os pudesse deter. Freqüentemente, o preço de abertura está bem longe do nível de fechamento do dia anterior, como se fosse deixar um grande espaço vazio sobre o gráfico.
Depois de uma ou duas horas de pregão, os preços foram empurrados para um nível que equivale a um ou dois dias de altas normais. Em seguida, o preço estaciona, o mercado fica meio devagar e, subitamente, a tendência reverte e os preços começam a mover-se rapidamente na direção oposta. O pregão termina com uma explosão final da atividade que leva os preços abaixo da mínima do dia anterior. As características de um dia de reversão de fundo são as mesmas, invertidas.
Você precisa conhecer o que é um GAP antes de passarmos para o próximo padrão No grafiquês, gap representa um intervalo de preços, onde, no momento de sua ocorrência, nenhuma ação mudou de mãos. Este é um conceito útil de se manter em mente, porque ajudará a explicar algumas de suas conseqüências técnicas.
Nos gráficos diários, os gaps são produzidos quando, em qualquer dia, a menor (a mínima) cotação desse dia é maior do que a maior cotação (a máxima) do dia anterior ou, o inverso, quando a maior cotação desse dia é inferior à menor cotação do dia anterior.
Nos gráficos semanais, o raciocínio é idêntico. Só que em vez de um dia qualquer e o anterior, passa a ser uma semana qualquer e a anterior, assim, também para os mensais e intra-dia. Obviamente, quanto maior a periodicidade, menor é a chance de sua ocorrência.
Os gaps são classificados em quatro tipos: de área, de fuga ou perfuração, de medida ou continuação e de exaustão.
GAP DE ÁREA: é o mais comum e deve seu nome ao fato de ocorrer dentro de áreas de congestão e, também por esse motivo, não trazer implicações, sendo normalmente fechado em poucos dias (geralmente dois ou três dias).
GAP DE FUGA OU PERFURAÇÃO: também aparece em conexão com formações de congestão de preços, mas se desenvolve na conclusão da formação, no movimento que leva os preços para fora do padrão. Diferentemente do gap de área, o de fuga ou perfuração carrega consigo implicações de significado importante. Primeiro, serve para chamar a atenção e en fatizar o fato de que houve uma perfuração.
Pode haver muito pouca dúvida que uma genuína penetração tenha ocorrido, quando os preços saltam para fora do padrão com um gap visível. Falsos movimentos raramente são iniciados com gap. Segundo, eles carregam consigo a sugestão de que a demanda por compras (ou as pressões de venda, conforme o caso) que produziram o gap é mais forte do que seria indicado por uma perfuração sem gap. Daqui, pode ser deduzido que o movimento a seguir levará os preços para mais longe ou mais rápido ou ambos.
Assim, por exemplo, se simultaneamente, duas ações diferentes romperem a linha de resistência ou suporte de um triângulo ascendente, uma com gap e a outra sem, devemos escolher a que teve o gap. Exceto pelo pressuposto de que alguma coisa maior (força) possa estar por detrás do movimento, o gap de fuga não traz consigo nenhuma implicação de medida em particular, nem nenhum outro significado de projeção.
GAP DE MEDIDA OU DE CONTINUAÇÃO: surge com menos freqüência do que as duas formas anteriores, mas, de longe, carrega muito mais significado técnico, porque nos permite projetar uma indicação aproximada da provável extensão do movimento a seguir após sua ocorrência. Geralmente, os preços irão tão longe além do gap quanto eles foram entre o início do movimento e o gap, como medido diretamente e verticalmente sobre o gráfico.
GAP DE EXAUSTÃO: caracteriza o fim da tendência. Um gap de exaustão não é seguido por novas altas durante uma tendência de alta ou novas baixas durante uma tend ência de baixa. Surge normalmente depois de algum tempo de tendência, provavelmente após já ter visto, neste movimento os gaps de fuga e de medida, embora isto não seja uma pré -condição.
Ele só estará confirmado quando os preços reverterem e fechá-lo (fechar um gap significa: um movimento no sentido contrário que preenche a região de preço onde não houve troca quando da sua formação).
8. Ilha de Reversão: a Ilha de Reversão pode ser descrita como uma pequena e compacta congestão separada do movimento que leva à sua formação (geralmente muito rápido) por um gap de exaustão, e do movimento que se segue na direção oposta (também muito rápido) por um gap de fuga. Não é uma formação muito comum e em si mesma de importâ ncia fundamental para se identificar um topo ou um fundo de longo prazo, mas, como uma regra, envia os preços de volta para uma correção completa do movimento terciário que o antecedeu.
A congestão pode consistir de apenas um único dia, o qual normalmente se desenvolve como Dia de Reversão, ou pode se desenvolver em até uma semana de pequenas flutuações, dentro de uma compacta zona de preços. É caracterizada por volumes relativamente altos. Na próxima página podem ser vistos alguns exempl os reais:
9. Pá do Ventilador: algumas vezes, após a perfuração de uma linha de tendência, os preços depois de declinarem tentam se recuperar e sobem de volta até a linha perdida, agora uma resistência (1). Nesse ponto atingido pela queda após a perfuração, de onde o mercado tentou voltar para a linha de tendência de alta, você traçará uma nova linha de tendência, que também será perfurada (2).
Após uma nova tentativa de recuperação, que também falhará, uma nova linha sertã traçada (3). A perfuração dessa terceira linha é, normalmente, um importante sinal de venda, pois indica reversão de tendência. O inverso é válido para uma linha de tendência de baixa, ocorrendo na perfuração da terceira linha um ponto de compra.
10. Topos e Fundos em “V” ou “L“ : até hoje não havia encontrado um nome que achasse adequado para este padrão. Na época em que escrevi o meu livro denominei-os de topos e fundos agudos. Agora pouco, decidi rebatiza-los para topos e fundos em forma de vê ou vê invertido. Por não expressarem uma mudança gradual na tendência, não estão classificados como padrões clássicos de reversão, o que acho incrível, visto ser o padrão de reversão de topo mais comum entre as ações menos consideradas, quando fazem sua alta final.
Devido à velocidade de sua construção, só percebemos que se formaram quando praticamente não podemos tirar proveito. Nos topos, quando o movimento está completo, fica parecendo um “L” invertido e, nos fundos, tem a forma de um ”V”. Surge com muito mais freqüência nas ações de segunda ou terceira linha e se apresenta muito mais nos topos do que nos fundos.
Caracterizam-se por uma subida (queda) vertiginosa, quase num ângulo de 90o em que ao atingir o topo (fundo), revertem na mesma velocidade e inclinação, sem nenhuma advertência ou período de transição, dificultando operá-lo. Quando estivermos estudando estratégias mais avançadas, veremos que não é tão difícil quanto parece.